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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um Mal Não Resolvido

Gosto de brincar com o tempo
E por hora me contento
De palavras ao vento
Faço jus e tento
Ser o que me agrada

Passo sentindo, marcando
Ao mesmo tempo delirando
Sonhos de Jasmim
Que ficam na janela
Esperando por mim

Rede de cheiro tão forte
O mar leva a má sorte
Que a Mãe tirou de mim

Nem sempre faço jus como disse
E toda maluquice
Tudo o que você me disse
Não poderia se escrever

Sorte quando falo vida
Me tempero, ativa
Meu lado de ser

Brinco com o relógio
e Deus sabe dos meus remorsos
Que todos sempre me falam
Mas que sempre querem me ser

Só que nem sempre ligo pro saber
Outra vezes, não ligo para você
E muitas outras, não quero nem me ver

Tem dias que sou escrava da minha imagem
Sorriso no rosto!
Que o reflexo da luz nem é sempre branco
Prismas imperfeitos, dores e encantos
Refratam minha história
Em doces cantos

Mas lá longe onde o chão cheira mato
Nem sempre uso sapato
Pra Terra sugar a energia
De tudo que me contamina
Das maleficências de todos os seres

Mas a inocência também acompanha
Que proclama campanha
Aos pés da minha cama
"Levante-se porque é um novo dia"

Que já bem sei
Não dá para se enganar
Se a inocência ainda há de reinar
Em teus dias nada mudará

O jeito é se conformar
Que entre ser e sentir
O melhor é não mentir
Para não ferir
A quem te quer ver sorrir

E tudo aquilo que precisa ser feito
Merece ser bem feito
E tudo aquilo que há de ter o seu fim
Não acabará com a felicidade no meu jardim

De rosas vívidas e flores pomposas
Dou essência e por vezes causas danosas
Que posso te dar a mais bela rosa
Que posso te dar o espinho mais doloroso

Mas se tem sonho
Tem mistério no olhar
Dormindo vago quase perdida
Porque tu me chama sem hesitar?

E é no nada que eu procuro tudo
É no Sol que eu encontro o mundo
O meu coração é meu seguro
De qualquer devaneio ou local obscuro
Que eu venha a passar nessa vida
Que insiste em me dizer:
"Seja bem-vinda!"

Mas não me seduzo pela escuridão
Não me reduzo por um simples não
Não me contento com um aperto de mão
Mas também não me ligo em você dizer não.

E eu digo sim para a vida
Sorrio e me apronto como uma bela Margarida
Brincando e pulando, feliz da vida
E já nem sei se preciso da sua guarita

Se te parece real ou não
Eu não sei
Pra te falar a verdade, há tempos me cansei
Do que pode te incomodar, do que poderia me importar
Do que soa verdade
Até da sua piedade
Que vive dizendo que é de maldade
O sufrágio de todo ser

E não percebe que todos temos fardos
Não percebe que todos somos farinha do mesmo saco
Que do pó viemos
E ao pó retornaremos

Para que viver assim?
Viver uma vida para os outros
E ainda assim me criticar por eu estar feliz?
Vivo a minha maneira
Vivo a minha vida

Procure a resposta e encontrará
Se olhar nos meus olhos nada mais achará
A flor que te foi dada, não foi cuidada
E a mulher a que te fala
Por hora está marcada.