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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ciclo


   Encerro 2014 com este texto e desejo a todos os meus leitores boas festas, juízo e muito amor e felicidade a todos!! Que em 2015 vocês continuem aqui, juntinho comigo, participando, enviando suas sugestões, críticas, comentários e visitando meu Blog, claro! Obrigada a todos pelo carinho e pelo ano recheado de aprendizado e feedbacks.

Um forte abraço,

Luna.


Tudo se encerra mais uma vez
Vidas, histórias, sofrimentos
Incertezas, infelicidades e fracassos.
Encerra-se, também
Amores, amizades, alegrias
Sucessos, sorrisos e planos.
É verdade mesmo que
tudo que não se finda (bem)
Retorna com sabor amargo de perturbação
Uma consequência gerada
pelo amor dado sem prudência
Pelo teto fraco que não suporta ausências
Pela chuva forte que arrasa uma carência
pelos laços acomodados de histórias longas
em situações de resistência
Pela pressa do querer
sem saber a consequência.
Se tudo é um ciclo
Tudo é momento
A palavra difícil no momento do acalento
O amor sintetizado
em um relacionamento turbulento
O beijo dado sem a culpa do pensamento
O abraço apertado em discussão
que deixa de ser um tormento
Um pensamento que voa tão alto
Que ao retornar a terra
Tudo parece novo, de novo
Tudo ganha mais vida:
Um pé no chão frio
Um sorvete gelado
Sombra e água fresca
Uma cama.
Em terra de amores longos
o que é breve ganha mais força
Do que a explosão de uma estrela.
Como uma obra de Leonardo da Vinci
Perfeccionista e quase nunca terminada
Um dia será revelada.
É como uma verdade não dita
Um carinho não demonstrado
Um abraço rejeitado
Um amor inacabado
Afinal, tudo na vida é um ciclo.
É um ciclo?
Talvez.
A consciência muito sã
Revela medos indescritíveis
Realidades previstas por dedução
Gera afastamento
Mas também gera aproximação.
Ao usar o próximo
Você só engana o seu coração.
Não é como se as pessoas não soubessem
Não é como se elas não entendessem
Mudaram-se os valores
Usam as pessoas
Ao invés de usarem os seus pertences.
Não é digno de pena
Mas da um dó
Se achar que é muito esperto
Repare, vais ver que não estas só.
Só utilizamos as situações
Para mostrar alguns pontos de vista diferentes
Cuide de tudo que você tem
Pois nem tudo te pertence
Se é que algo de fato nos pertence
Se um dia a mesa virar
O leite que está em cima dela
Irá derramar
E para quem você irá chorar?
Nem sempre estarei perto pra te abraçar
Quase sempre ampararei por palavras
Mesmo que em um tom grave
É sereno de espírito
Livre de julgamento
Não explora a culpa
E não é fajuta.
Cuida, cuida bem
Se ela se for
Você não terá mais ninguém.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Confluência





Anos passam-se rápido demais
Tão rápido 
Quanto as folhas caem da árvore num Outono
Ou quanto à água que estava em um copo que bebi
em um dia de muita sede.
Copo meio cheio, meio vazio.
Uma hora transborda
Outra hora está seco.
Um açude de frustrações do querer sem poder
E poder sem querer
Uma vontade de me perder tão grande
que o meu infinito torna-se ínfimo
dentro da própria existência
É como uma onda no mar
que bate na canela
Por vezes tão forte que te derruba
Outras tão calmas
como sentimentos breves.
E se eu estiver um minuto
no silêncio do meu íntimo
e ouvir meu coração
Pulsa, pulsa, pulsa
informa algum perdão.
Eu vivo aqui, mas estou lá
Eu sou daqui, mas eu quero estar lá
Minha origem veio de lá, mas estou aqui
Entre o ser e o estar
Eu escolhi ficar
porque decisões são difíceis de se tomar
Estico a mão no teu peito
É tudo imaginação
durmo em meu leito
Vejo teus olhos passando diante dos meus
como estrelas que brilham intensamente.
Se eu abrisse meus olhos, as perderia
seriam estrelas cadentes.
Mas num gesto teu, tão inocente
Um sorriso doce que me deixa tão contente
Uma agonia se instala de te querer tão intensamente
Eu quero você, vida
Vida, eu quero te viver.
Viver a vida!
Viva-me, vida.
Viva-me!
Voltarei tão rapidamente que nem sei se te lembrarei
Entre semblantes tão iguais aos seus
Mas nenhum sorriso é igual ao meu
Nenhum abraço é o nosso
Vive tão distante
Escolheu ser tão semelhante
Será que esquecerá do meu semblante?
O meu toque era doce
Mas o teu era apaixonante
Não deveria saber, mas eu sei
Não deveria querer, mas eu quero
Não deveria sentir, mas eu sinto
Não deveria, mas eu quero.
Não devo.
Eu quero.
Não.
Eu.
Você.
Nós.
Podemos?


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Finger Tips: A Melodia Que Eu Toco



Menina
Eu gosto da sua história
Eu sou você
Só que um pouco mais nova
De repente a nota musical que quis aprender
Foi aquela que moveu mais o meu coração
Menina que gosta de escrever
Anda assustada com medo de não mais crer
Nas pessoas
Nos sonhos
Principalmente em si mesma
Menina levanta a cabeça
Um dia é incerto
Mas o amanhã é uma certeza
E a certeza é muito tempo
Mesmo que nele tu faltes
Ou alguém falte
O amanhã sempre existe
Para um sonho ir além
É crer em você quando ninguém mais crê
Que bela sintonia, moça!
Anda e o vento traz assovios
Dele passando
De pessoas te olhando
Que medo é esse?
Que te acomete sem você perceber
Era pra ser só um abraço
E te fez crer
Poderia confiar em você?
É você mesma!
Por que você acha que sempre precisa salvar
e não ser salva?
Não cansa agora
O tempo tarda
mas não demora
Aquece e esfria
Esse coração que precisa de energia
Dedos tocam os teclados
Um imenso espaço
As notas que me tiram um sorriso
Não tem mais um físico
É nota que se sente com a alma
Sem forma
Os dedos regem a melodia
Em estranha sintonia
Com toda a confusão que me rege agora
Não tem direção, sentido, nem hora
Eu vi um não em forma de sim
E um sim em forma de não
“Sim, venha
Um abraço te espera!”
Quando cheguei perto
Vi que tinha pressa
Como alguém que corre pra matar a saudade
Foi um alívio essa amizade
Virou as costas pra fazer maldade
Questionaram-me o porquê de tantas canções
Menina, Alice
Francesa
Chanson que gera delicadeza
Desconstruiu o ideal
Bagunçou toda sua mesa
Deixou perfume, toque e sutileza
Ela vai bagunçar a sua cabeça...
Pega uma flor e cheira
O perfume é do cabelo dela!
Segurou em sua cintura
E a chamou de donzela!
Querida doçura
Nem sempre é toda ternura
Um tango seria mais saboroso
Se o teu olhar não elevasse os pés alheios
Em nuvens de algodão
Brancas como ela
Desaparece sem a gente perceber
Por hora saltitam na eterna Moulin Rouge
Tão intenso
quanto as cores que tu usas nas unhas.
Tão forte quanto o teu abraço
Tão intenso quanto o teu beijo
Quem será que um dia irá te acompanhar
neste eterno realejo?