Ponto final (def.): “O ponto final
representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é
descendente. Emprega-se, principalmente: para fechar o período de frases
declarativas e imperativas.”
Eu resolvi escrever normalmente neste texto
e não como poesia. Resolvi abraçar a ideia do novo e, então, atender aos
pedidos de alguns amigos que gostam de ouvir minhas filosofias sobre a tal da
vida. Afinal de contas, quando saber pôr um fim? Quando saber que o silêncio
desconfortável que fica depois de uma pergunta que exige uma decisão, é de fato,
o fim? As nossas transferências emocionais e de expectativas na vida nos fazem
agir muitas vezes de uma maneira que não conseguimos compreender, tão pouco
explicar para alguém por que agirmos de determinada forma. Ela simplesmente
acontece e quando você se dá conta da proporção que isso gerou, você já está
envolvido demasiadamente para conseguir agir friamente e finalizar algo que sabe que
não gerará consequências positivas, tão pouco haverá futuro. Você já esteve em
uma situação na qual simplesmente não sabia nem por onde começar a explicar como se sentia?
Pois é, eu também. Acredito que em algum momento da vida todos nós vamos sentir
isso: a vontade de tentar pôr em palavras o que transborda em sentimento. Tentativa
essa muitas vezes vã, mas continua sendo válida para extravasar nossas emoções de
maneira positiva, a fim de sermos compreendidos no limite da nossa razão e auto penalidade. Nosso mundo interno é tão
imenso que vocábulos ainda precisam ser criados para expor tamanha dimensão.
Falta profundidade, falta tato, sentido. E buscar o sentido é a verdadeira
batalha interna: tentar explicar o que nem para nós tem explicação. Talvez uns
considerem que se isolar dos problemas seja sinônimo de solucioná-los, mas fugir dos seus
conflitos não te tornará mais forte, apenas adormecerá momentaneamente sua dor,
mas quando ela voltar, dependendo de quanto tempo for, também virá o peso do
tempo unido a sua inércia sobre o passado. Os arrependimentos existem, ainda que as pessoas neguem veementemente.
Ainda que carreguem isso para seus túmulos, eles sempre existirão. A essa
altura do campeonato, o silêncio até se torna agradável. Depois de um tempo
ouvindo as mesmas coisas, talvez o ponto final seja exatamente isso: um eterno
silêncio para os problemas da vida que não possuem solução. E se essa pausa
máxima for a eternidade? O que teremos para falar até lá? Ou será isso o início
de um novo parágrafo? Não sei responder.
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