É tão estranho esperar o tempo do tempo. É incrivelmente
belo crescer e estranhamente doloroso evoluir. É como se as experiências fossem
um barco e os responsáveis pela direção fôssemos nós, tripulantes. É como gritar
num oceano sem que ninguém possa te ouvir ou como chorar até seus olhos
cansarem, mas ninguém conseguir te aliviar. Divisores de água: o amor e o
sofrimento; a cura e o perdão. Ando refletindo muito sobre a linha tênue entre
o amor e o perdão. Entre o limite racional e emocional. Reflito sobre as
fronteiras que existem entre a vontade de querer voltar no tempo e a
necessidade de seguir a vida como dá, como tem que ser. É um eco sem fim dentro
de nós que se alinha quando está longe e desalinha quando se vê, quando se olha
mal consegue se perceber o que de fato existiu ali. É a fé motorista das nossas
decisões ou somos reféns de nossas paixões? É inevitável saber o que esperar
quando se espera. Como se nada mais fizesse sentido como antes, mas ao mesmo
tempo um novo sentido surge. Tem dias que é peso morto, outros é flor nascendo.
Tem dias que é pra riso, outros que não entendo. É como caminhar durante o dia
todo buscando sombra e água no deserto e a noite buscando calor e conforto. É
mergulhar profundamente na própria dor e se libertar quando conseguir parar de
se afogar. Até se encontrar no próprio porto, até ser o seu próprio farol na
escuridão. Até quando o medo da tempestade em alto mar não for maior do que a
sua vontade de atracar em si. Voltar a si, pertencer-se. Ser feliz mais uma
vez, outra vez.
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