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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Mil e Mais Uma Noite



   É que às vezes, a gente precisa sufocar a saudade para não morrer de vontade, para não chorar toda uma tarde. Às vezes, é infinitamente melhor se enganar, do que assumir aquilo que é óbvio, até mesmo para os outros. E nas tentativas e erros, você descobre que errando se pode acertar, e que quando não se tenta nada, se perde, talvez, uma grande chance de ser feliz, de aprender, confiar, de poder retomar seu pedaço perdido, ou até mesmo de aprender a amar. A parte mais difícil é o adeus necessário, numa tarde nublada de corações tristes. Eu detesto essa parte. Não sei se sofre mais o ato de partir ou vir partindo. Não sei se sofre mais ter a vontade e não resolver, ou esperar até acontecer. Na maioria das vezes, é sempre muito tarde quando decidimo-nos, como costuma ser a madrugada, numa noite de sono rápido. De qualquer forma, a vida sempre continua. Entre chegadas e partidas, risos e saudades, tudo que me resta são os dias vividos naquela tarde. Quanta saudade...!
   É uma pena quando se cobra o que no fundo não se consegue (ou não quer) fazer. É uma pena que o medo e o comodismo sejam aliados perfeitos da não evolução humana. É uma pena quando impedimos o nosso crescimento pelo simples fato de tentar e achar que não dará certo. Não sei... São tantas condicionais, que o próprio “se” consegue se perder em seu mundo! São tantas dúvidas, que até a própria interrogação não sabe mais onde é o seu lugar!

Então me diz... Existe uma receita para viver? Ou é apenas uma eterna espera para errar e aprender? Seja lá qual for a resposta, eu só espero que o intervalo seja divertido. 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Enquanto Isso, Na Vida...

  
   O mundo caía, lá fora. Chovia o equivalente a uma semana, sem parar. Era uma Segunda-feira de Carnaval. Ela andava na rua tranquilamente, como se nada pudesse fazer mal. Ela que sempre foi comedida, aceitou o risco. Pegou toda aquela chuva e a cada passo que ela dava, uma nova imagem voltava ou se criava, uma imagem da possibilidade, uma imagem da saudade que aqueles dias tão rápidos deixaram em sua memória e em seu coração. Cada vez que ela piscava, ela sorria na mesma proporção. Um sorriso tão genuíno e sutil, daqueles que só um dia de chuva no verão pode proporcionar a alguém. Era um misto de ilusão com vontade, realidade e impossibilidade, em meio a tantas inverdades. Era um castelo de areia, um oceano de sonhos, com uma pitada de cereja: vermelha e delicada. Queimava e sufocava, sua mão se entendeu até a minha boca porque o silêncio era necessário. E então, tudo ficou infinitamente menor do que eu esperava. O lugar tornou-se menor que o meu desejo, o seu beijo transformou-se em um veneno doce e saboroso, que me matava lentamente, toda vez que ele tocava em meu rosto. Aquele tipo de olhar que quando se cruza, faz você viajar na alma do próximo, é uma conexão que não daria para explicar. O beijo encaixou, o corpo se encontrou, e duas almas, ali, naquele momento, foram felizes. E assim, mais um momento se passou. E assim, mais uma oportunidade foi deixada de lado. Mas esse não seria o problema, porque o problema nunca fora dela, mas sim com ela.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Eu Vou Pensar Em Você




Eu quis pensar em Você
Para escrever estas linhas
E Você saberá de quem se trata
É bem simples
Hoje eu acordei um pouco mais calma
Um pouco mais reflexiva
Um pouco mais atrevida, destemida
Hoje eu acordei mais tudo que ontem
E acordarei amanhã maior que hoje
Hoje eu acordei e pensei em Você
Você que vem acompanhando meus passos de longe
E ao mesmo tempo tão perto
Que me acompanha sempre em um silêncio profundo
Seguido de espaçamentos entre momentos vividos
Palavras ditas e risos compartilhados
Que hoje não passam de uma recordação
E uma vontade de viver aquilo que em parte não foi vivido
Hoje eu acordei com vontade de ser maior que eu mesma
Acordei e repensei em todos os meus passos até aqui
Senti orgulho, porque também mereci
Este texto não é sobre o passado
É sobre a incerteza do futuro
Que desde sempre acompanha o mundo
E sufoca muita gente de viver
Hoje eu acordei e queria te abraçar
Mas Você não estava aqui
Você alguma vez já esteve aqui?
Porque eu sei que já estive presente
Nas lacunas do teu pensamento
Nos lugares que Você anda
Com as pessoas com quem Você fala
Eu serei a eterna possibilidade que Você nunca saberá
Se ao menos Você quisesse estar lá...
Eu serei quem Você irá sempre acompanhar
Jamais regressará
Não quero
Este texto é para Você
Você que acaba de ler e perceber o quanto errou
Não comigo, mas com todos a sua volta
Que achou ser bom demais para trata-los com igualdade
Que se achava tão importante
Que todos sentiam saudade
Este texto é para Você que tanto erra e tanto critica
Que tanto é omisso e severo
Que tanto aconselha e se acha esperto
Que tanto faz o errado e quer mostrar que é o certo
Este texto é para Você refletir
Se a criança que Você foi um dia
Teria orgulho do que Tu te tornaste hoje
Teria?
Este remorso Seu
É por cada beijo “proibido” dado
Por cada abraço pedido que fora furtado
Por cada momento desperdiçado
Por cada pensamento Teu envenenado
Este texto é para Você
Querido leitor
Que se encaixa em um rio de possibilidades
Que se vê em cada palavra dita
Que sente n’alma cada letra aqui escrita
Este texto é para todos que quiserem aceitar
Aceitar que erraram
Aceitar que perderam
Aceitar que nunca é tarde para (re)começar
Ou apenas aceitar a vida.
Este texto tem tom engraçado
De amor recordado
Passado guardado
Que morre de medo de ser acordado
Naquele que causou tamanha confusão
Este texto é para Você
Que quer reparar
E não sabe por onde começar
Mas basta saber que o importante
É sempre tentar.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Toc, Toc: A Realidade Bate À Sua Porta!


 
No fundo, no fundo
Algumas histórias são difíceis de contar
Escondem uma emoção
Uma dor no olhar
E algumas delas são muito mais difíceis de acreditar
Isso tem a ver com a capacidade humana
E sobre até que ponto alguém pode chegar
Por qualquer motivo que lhe dê forças para isso
Para alcançar aquilo que se almeja
Poderia contar histórias infantis
Algum conto de fadas
E quanto amor não se sentiu
E quanto não se sofreu
Muito me doei, entreguei
Até mesmo, me sacrifiquei
Falei o que devia e queria
Escutei o que merecia
Mas não o que precisava
Senti  o que um lobo pode fazer
Na pele de um cordeiro entregue ao mundo
A um mundo que ele mesmo criou
E que ele mesmo alimentou
Cheio de ilusões, mentiras e ironias.
Que situação delicada essa
Ter a certeza de que você pensa em mim
Como quando alguém anda rápido e se tem pressa
Precisa chegar a algum lugar e nunca chega
Morre de saudades
E se anima, se a minha visita chega.
É que há muito em jogo
E quem joga pode perder
Se perder tudo o que tem
O que irá fazer?
É quase impossível correr o risco
Sem saber ao certo o que o coração quer
Atitude de menina
ou coração de mulher
E quando procurou o equilíbrio, balançou
como um balancê preso a cordas
na copa de uma árvore
que são tão instáveis quando o vento as toca
quanto a chuva é em época de estiagem.
Daí, já não sabe mais se se empurra sozinho
Ou se busca alguém para empurrar
Precisa de ânimo
Ou de alguém para acarinhar?
Ama de verdade
Ou quer alguém para amar?
Ah, essas histórias...
São fascinantes em nossas mentes
Dão a emoção necessária para escrever um livro
Mesmo sem ser eloquente
Difícil de viver e ainda mais de se explicar
A vida foi mudando
E por ela me deixei levar
Sempre segura de um amanhã melhor
Sigo serena e sem dó
Só vou olhar para trás
Para aplaudir minha trajetória
Que hoje eu canto com muito gosto
Eu alcancei a minha vitória!