É que às vezes, a
gente precisa sufocar a saudade para não morrer de vontade, para não chorar
toda uma tarde. Às vezes, é infinitamente melhor se enganar, do que assumir
aquilo que é óbvio, até mesmo para os outros. E nas tentativas e erros, você
descobre que errando se pode acertar, e que quando não se tenta nada, se perde,
talvez, uma grande chance de ser feliz, de aprender, confiar, de poder retomar
seu pedaço perdido, ou até mesmo de aprender a amar. A parte mais difícil é o
adeus necessário, numa tarde nublada de corações tristes. Eu detesto essa
parte. Não sei se sofre mais o ato de partir ou vir partindo. Não sei se
sofre mais ter a vontade e não resolver, ou esperar até acontecer. Na maioria das
vezes, é sempre muito tarde quando decidimo-nos, como costuma ser a madrugada,
numa noite de sono rápido. De qualquer forma, a vida sempre continua. Entre
chegadas e partidas, risos e saudades, tudo que me resta são os dias vividos
naquela tarde. Quanta saudade...!
É uma pena
quando se cobra o que no fundo não se consegue (ou não quer) fazer. É uma pena
que o medo e o comodismo sejam aliados perfeitos da não evolução humana. É uma
pena quando impedimos o nosso crescimento pelo simples fato de tentar e achar
que não dará certo. Não sei... São tantas condicionais, que o próprio “se”
consegue se perder em seu mundo! São tantas dúvidas, que até a própria
interrogação não sabe mais onde é o seu lugar!
Então me diz... Existe uma receita para viver? Ou é
apenas uma eterna espera para errar e aprender? Seja lá qual for a resposta, eu
só espero que o intervalo seja divertido.