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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Precisamos Falar Sobre a Brevidade da Vida


   Não sei exatamente como começar este texto. Não sei se soará coeso ou coerente, se te parecerá linear ou lógico, mas uma coisa eu sei que precisa acontecer: tocar a tua alma. Hoje o Brasil acordou com a triste notícia sobre o time de futebol Chapecoense, que sofreu um acidente durante um voo e, querendo ou não, acontecimentos dessa proporção sempre nos leva a refletir sobre a vida de maneira geral, mas mais especificamente, o valor que devemos dar as pequenas coisas e não damos. Certa vez um amigo meu me contou uma história com o propósito de me fazer refletir sobre condutas familiares, ele me disse: "supondo que você brigue com alguém da sua casa e momentos depois essa pessoa saia de casa, para ir a padaria. Um trajeto simples. Porém, no meio do caminho, um acidente acontece e essa pessoa não resiste e acaba falecendo. Você, na sua casa, ainda com aquele sentimento da briga que ocorreu, recebe a notícia via telefone. Como você se sentiria se o último momento que você teve com essa pessoa fosse marcado por um sentimento negativo ao invés de um momento de amor e felicidade?". Bom, no momento em que eu ouvi isso, me silenciei profundamente, atônita, de como algo tão simples poderia deixar uma marca tão profunda e, pelo resto de uma caminhada, nos trazer a recordação amarga de que poderíamos ter controlado nosso ímpeto e relevado, proporcionando o silêncio e, posteriormente, um momento descontraído, e então teríamos pelo menos a boa recordação para nos confortar ao invés do pesadelo da culpa. Amigos, sempre digo que a língua é o chicote do corpo, mas a culpa é o da alma. E acreditem, a culpa pesa muito e às vezes suportá-la pode ser insuportável. A essa altura do texto sei que você deve ter pensado em mil situações que ocorreram já em sua vida e você deve ter sentido, por alguns momentos, esse peso. Esse acidente hoje com o time de futebol me fez refletir qual teria sido os últimos momentos daquelas pessoas com suas famílias. Será que havia desculpas a serem ditas ou será que todos os que ficaram podem se sentir em paz de saber que deram o melhor de si, viveram o amor ao próximo e tudo que resta hoje é uma saudade dos tempos bons que ficarão em suas memórias? Isso não se restringe apenas ao ocorrido de hoje, isso é sobre todos os pequenos momentos que podemos escolher fazer diferente, para melhor, e ainda assim escolhemos o fel para aprender nossas lições. Contamos muito com um amanhã, que nem sabemos se existirá, apenas por acreditar, de maneira soberba, que temos o controle das situações na vida. Ledo engano. Só existe um Ser neste mundo Onisciente, Onipresente e Onipotente e, enquanto vivermos esperando que os outros melhorem, para que então nós melhoremos, estaremos deixando a vida conduzir dizendo a ela inconscientemente: "aceito o que vier, pois não me importo com o que eu fizer.". Façamos nós a nossa parte: vamos amar, confiar, praticar a caridade, esquecer as diferenças e fazer as pazes enquanto pudermos. Vamos dar o melhor de nós sempre, antes que o pão nunca chegue a sua mesa.