Nós estamos por todos os lugares
Somos o Brasil
Também nas comunidades
Eu sou uma mistura de sentimento
Brasil afora ou dentro
Que o próximo não entende, nem nunca entenderá
Raízes de cultura africana
Salve um batuque
Na batida que estremece
A pupila dilata
Coração aquece
Samba do meu povo
Me encante de novo
Distribuído até nas calçadas
Eu sou a cara da nossa cultura
Que é toda mal administrada
O preto é negro
O negro é forte
O vermelho da dor
Em um navio da morte
Salve peleia da vida eterna
Por uma terra de justiça
Pátria mãe nunca erra
Alguém grita a cor do Brasil
Que sofre o preconceito
Só porque olhou pro tempo
E previu sol, chuva, frio e vento
Deus, alguém acuda esse vazio
Que preenche a alma do próximo de ódio
Entre ataques e discursos de ódio
Eu quero sorrir embaixo de um cacho
Seja ele de uva, morango ou jabuticaba
O cacho de cabelo é o que mais se encaixa
É a rebeldia da personalidade que grita por justiça
Levanta a bandeira da liberdade
Pede a paz da eternidade
Conforta teu coração
Porque toda forma de amor é justa
E Deus é que dá o perdão
Salve, salve mãe negra que me benzia
Hoje me olha dos céus
Como a minha avó que me guia
E foi com a paz dos anjos
Benzer do outro lado com todos os seus encantos
Salve dona Aidê e a todos que passei pra me benzer
Proteção do negro me guia
O espírito que grita de alegria
Que sofre de tanta agonia
E ri com qualquer melodia
Sambista, passista, abre-alas
Negras do Brasil
Encantos e gingadas
Mostra que a passarela da vida é um eterno desfilar
De lutas, recompensas e vitórias
Samba a vida toda e grita ao Pai Eterna Glória
Misericórdia!
Eles não sabem o que fazem
Melhor amiga negra
Me abraça com a força que só ela tem
Rafaela é o nome dela
E Maju é o exemplo, pra quem quer ser do bem
E serão muitas outras
E homens também
Levanta o rosto e seca a lágrima
No meio da batalha
Há de existir o riso também.
Dedico este texto a todos as pessoas que já sofreram, sofrem (e infelizmente ainda sofrerão) preconceito no mundo por serem negros, e também a minha amiga Rafaela Cristina. :)
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