Visualizações de Página

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Balzaquiana -9

Os anos se passaram, como o de costume, e eu não percebi que eu não tinha me percebido. Quantas coisas acontecem na nossa vida que nos tiram de dentro de nós mesmos e nem paramos para notar? Ou será que eu parei de me perceber? Eu estive sempre aqui como estou agora e mesmo assim, isso não me parece ser suficiente momentaneamente, porque decidir o que fazer da vida nem sempre é fácil. Uma coisa tão difícil de se fazer e tão fácil de falar: decisão. E eu nem posso dizer que a vida não é justa ou boa o suficiente, só de estar vivendo para mim é uma felicidade enorme. Mas a abertura dos meus campos de visão me trouxeram aquela que regia em mim antes, que foi esquecida por algum tempo e agora depois de morar muitos anos em um oceano, retorna a superfície. Eufórica, ansiosa, um pouco medrosa... aquele medo que você sente de deixar a água ou a sensação da água é tão boa que você nunca quer sair dela? Acho que já passei dessa segunda fase! Eu não precisei atravessar o mundo em 180 dias para me dar conta de que eu amo ser quem eu sou e o que eu sou para as pessoas, apesar de muito ter sofrido em mãos alheias. Mas acredito que toda perda implica, necessariamente, em algum ganho, mesmo que ele não seja material, o que para mim é ainda melhor se não for, pois graças ao sofrimento eu sou o que sou hoje. Desconhecia essa força tão grande que habita o meu ser agora, essa vontade de encarar o mundo e voltar a viver aquilo que vivi a muitos anos atrás: a liberdade. Não que eu me sentisse sufocada, mas o medo do mundo me enclausurou dentro do meu ser. O instinto de lutar, agora mais aflorado do que nunca, quer falar. E eu olho tudo agora com uma  profunda calmaria, observo, procuro escutar mais, porém a afobação ainda é grande. Fase de foco, determinação, esperança. Frio na barriga, mente cansada, corpo cansado. Sonho X Realidade ... Tic, tac, tic, tac....

Nenhum comentário: