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domingo, 7 de julho de 2013

O Vidro

E ai começa a sua construção
Amorfo como personalidades
Frágil como um ventre
Moldado pelo fogo de um coração

Esquenta e esfria
Aperta e afrouxa
Segura com cuidado
Porque todo calor queima

Da taça delicada
A travessa recém-formada
Sólido porque é tátil
Mas se voltar para o início
Corre o risco de se perder

Parece tão forte
Mas é tão frágil
Se eu te segurar
Com a força irei te quebrar?

Se eu virar pra luz
Vai refletir tudo o que me seduz?
Passar por todas as cores
Mas é a sua que me traz esperança

Ah, vidro!
Se soubesses como sou cuidadosa
Quebrar você é um risco
Mas a vida é um

E o que é um diamante falando sobre lapidação?
O que seria da vida se não iniciássemos do não?
Se cheguei até aqui é porque tu me destes chão

Não se preocupe não
Se firmar a sua alça
Te seguro com as duas mãos
Para que tu nunca caias no chão

Vidro,
Consegue se segurar na minha mão?
Se sim ou se não!?
Tomando água e percebendo
Quando se encostar na minha boca
Matarás a minha sede!

Sala, cozinha, quarto ou rede
Sol da manhã canta: "me desejes"
Manhã ou tarde
Noite ou madrugada
Vidro será líquido
Na primeira moldada.

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