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sábado, 15 de novembro de 2014

Fragilidade II




...Nem sabia que ao tentar enganar o próximo
Mais me repelia
Lembro de todos que se foram
E essa fragilidade da vida
Tem gente que veio pra ficar
Tem gente que passou pra decepcionar
Teve até alguns que tentaram ficar
Mas o tempo quebra casas
Feitas ao pé do mar
Teve um que veio, ficou
Logo menos se soltou
Disse tantas mentiras sinceras
Que o outro quase comprou
Não me interessam mentiras
Nem as sinceras
Me interessam os que se doam
Os que se mostram
Quem é o que é
Não um molde do desejo alimentado pelo ego
O ego que insiste em dizer:
“vem você, senão não vou”
Não, eu não vou.
Não vou mais!
Fui pra dividir
Você me fez de capataz
Eu até ia
Mas confesso que olhei pra trás
E vi um texto mal redigido
Cheio de falhas
Como um caráter em formação
Não havia vírgulas nem pontos
Mas era notável que muita coisa não era real
Real é a vida que se leva
Que se sente na carne
o que Deus projetou pra Terra
Eu costumo dizer que a falta é amiga do aprendizado
Ou você tem uma boa aula e aprende
Ou se faltar nela
A ausência do saber causará danos
Você sempre soube
Não pode culpar
Se eu fechar a porta
Não irás mais voltar.
Eu tinha algo para fazer
Eu queria fazer algo
Eu gostava.
Eu dei a desculpa que ia dormir
Sei lá
Ia ler um livro, talvez
Menos fazer o que eu havia me proposto
Eu achei que enganava tão bem
Que passava assim
Meio despercebido
Mas a fragilidade da vida também é assim
Faz-nos propor metas que não podemos cumprir
Ao mentiroso, a mentira, claro
E aí o coração bate naquele nível
Meio café requentado
Meio cerveja fresca
E você pensa:
“ou é 8 ou é 80”
E aí, já sabe o que vai pedir?
Não me culpe depois
Se a vida te impedir
Talvez você não carregue essa culpa
É comum culpar a vida
Mas se queres saber
Ela é mesmo muito frágil...

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