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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Confluência





Anos passam-se rápido demais
Tão rápido 
Quanto as folhas caem da árvore num Outono
Ou quanto à água que estava em um copo que bebi
em um dia de muita sede.
Copo meio cheio, meio vazio.
Uma hora transborda
Outra hora está seco.
Um açude de frustrações do querer sem poder
E poder sem querer
Uma vontade de me perder tão grande
que o meu infinito torna-se ínfimo
dentro da própria existência
É como uma onda no mar
que bate na canela
Por vezes tão forte que te derruba
Outras tão calmas
como sentimentos breves.
E se eu estiver um minuto
no silêncio do meu íntimo
e ouvir meu coração
Pulsa, pulsa, pulsa
informa algum perdão.
Eu vivo aqui, mas estou lá
Eu sou daqui, mas eu quero estar lá
Minha origem veio de lá, mas estou aqui
Entre o ser e o estar
Eu escolhi ficar
porque decisões são difíceis de se tomar
Estico a mão no teu peito
É tudo imaginação
durmo em meu leito
Vejo teus olhos passando diante dos meus
como estrelas que brilham intensamente.
Se eu abrisse meus olhos, as perderia
seriam estrelas cadentes.
Mas num gesto teu, tão inocente
Um sorriso doce que me deixa tão contente
Uma agonia se instala de te querer tão intensamente
Eu quero você, vida
Vida, eu quero te viver.
Viver a vida!
Viva-me, vida.
Viva-me!
Voltarei tão rapidamente que nem sei se te lembrarei
Entre semblantes tão iguais aos seus
Mas nenhum sorriso é igual ao meu
Nenhum abraço é o nosso
Vive tão distante
Escolheu ser tão semelhante
Será que esquecerá do meu semblante?
O meu toque era doce
Mas o teu era apaixonante
Não deveria saber, mas eu sei
Não deveria querer, mas eu quero
Não deveria sentir, mas eu sinto
Não deveria, mas eu quero.
Não devo.
Eu quero.
Não.
Eu.
Você.
Nós.
Podemos?


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