Visualizações de Página

domingo, 28 de junho de 2015

Sintonize-se




Eterno conhecido meu esse sentimento
Parece uma onda de rádio
E às vezes muda tão rápido quanto uma estação
E se passa uma, duas horas
Que os sons das nossas vozes se encontram em desencontros
De tempo e espaço
E se tudo tende a zero, mas não é zero
É como um jogo de Resta Um
Ainda há alguma coisa entre nós
E isso me soa muita fora do comum
Fiz esse poema fazendo um café
O som daquela máquina
Me lembra você que anda sem fé
Barulhento, produtivo e inconformado
Porque é só apertar um botão
E tudo está no piloto automático
E essa vida não para um minuto sequer
Hoje, sentada, com uma xícara de café
Amanhã em pé, horas a fio
Passando madrugadas em claro
Sentindo um enorme vazio
Que acredita que a melhor companhia é a leitura
Que proclamar o amor não vivido
É melhor do que viver com ternura
Que não sabe despir-se do orgulho
Sem perder sua candura
Age sempre com linha dura
Mas no fundo do seu coração
Tem uma alma muito pura
É um anjo que escolhi pra chamar de meu
Não me pertence de fato
Mas é o som que o meu coração escolheu
Anda junto mesmo sem estar perto
E ainda diz pra mim:
“eu sei que você gosta”
Sempre quando não está por perto
Vive cercado de amor
Mas opta pela dor
Passa o tempo pensando no tempo que passou
Não vive o óbvio porque só lhe traz dor
Escolheu viver de um tudo que nunca traz nada
Ama a nós e finge como se não fosse nada
Lê e se identifica, talvez chore na calada
Quem é que se arrisca?
Em se tratando de sentimento
Ela diz que quem não arrisca, não petisca
E assim vão passar-se dias, meses e anos
Eterna dúvida dos planos dos anjos
Que os humanos insistem em questionar
Porque dizer que tem fé
Não deveria fazer alguém te questionar
O seu sonho é o seu combustível
Faça dessa vida o seu risco
Risque o seu livro
Antes que as folhas passem em branco
E você fique só, sem nenhum rabisco. 

Nenhum comentário: